Em Estética, e atualmente um pouco por toda a parte, existe uma palavra com a qual nos vamos familiarizando, que vai fazendo mais e mais parte do nosso vocabulário, da nossa atenção, das nossas preocupações - AUTO -CONFIANÇA.
Se fizermos uma breve pesquisa num motor de busca da internet somos bombardeados com definições, frases motivacionais, videos de dicas de como ser auto-confiante no trabalho, na escola, nas relações, na rotina diária, a andar de bicicleta, a fazer o almoço... mas será assim tão linear e simples para todos nós? estará o desenvolvimento da auto-confiança à distância de uma rotina de 10 passos? bastará desenvolver hábitos específicos? e porque algumas pessoas possuem auto-confiaça e outras não? como fazem? é uma característica genética?
Para descobrirmos a resposta a estas e a outras perguntas do mesmo âmbito, precisamos mergulhar um pouco mais em profundidade, isto se tiveremos coragem para nos observarmos e colocarmos em causa...
MOLHAR OS PÉS | O que é para mim ter auto-confiança? Eu tenho auto-confiança? Precisarei desenvolver mais auto-confiança? Em que áreas da minha vida? |
Este é o nosso ponto de partida. Auto-questionar-me acerca do que para mim é ter auto-confiança, se sou uma pessoa auto-confiante, se existe em mim um equilíbrio em relação à minha própria confiança ou se necessito de redireccionar-me. Esta auto -avaliação inicial é de extrema importância. Se formos autênticos connosco mesmo , se nos escutarmos de verdade ficaremos surpreendidos com as respostas que vamos obter, muitas delas poderão não fazer aparente sentido, poderão despertar em nós emoções e sentimentos, que muitas vezes somos ensinados a catalogar como negativos e evitáveis, tais como a auto-crítica, a culpa, o medo, a vergonha, a tristeza, a ansiedade, a insegurança, mas está tudo bem são apenas informações, é apenas o feedback daquilo que nos permitimos perguntar.
Não fiquem admirados também, se essas respostas estiverem na direção oposta daquilo que até aqui, pensavam ser a vossa verdadeira direção. Se não for coincidente com as ideias, opiniões e posicionamentos das pessoas que nos são mais próximas. Está tudo bem, não vos vai acontecer nada de mal. São apenas ideias, oipniões e visões diferentes. Sem stress. Cada um de nós tem direito a ter as suas próprias ideias, por isso cada um de nós tem a sua própria cabeça para pensar!
ÁGUA PELOS JOELHOS | Do que tenho medo? Com quem me comparo? A quem dou poder para interferir na minha vida? Quais são as minhas crenças? |
Nesta fase, a observação e o cuidado dos nossos pensamentos diários é o ponto fulcral. Atentar à qualidade dos nossos pensamentos. Perceber se, e até que ponto, a nossa escassez ou abundância desmesurada de auto-confiança tem origem em experiências oriundas do passado, está relacionada com um certo conjunto de crenças que nos foram transmitidas na infância e que continuamos a fomentar e desenvolver na nossa vida, se é motivada pela necessidade de aprovação de um determinado grupo de pares/ social. Observar e perceber se é um mecanismo de defesa, se o é de que modo? de que forma achamos que estamos ou seremos protegidos/as? Procuramos proteção do quê? Independentemente das respostas que obtivermos, está tudo bem. Tudo o que emane do nosso lar interior tem espaço em nós. Acolhemos. São indicadores. É auto-conhecimento. Está tudo bem.
ÁGUA PELO PESCOÇO | Mudar? Não mudar? Porquê mudar? Tenho de fazer tudo de uma vez? Tenho mesmo de mudar? |
Se chegamos a esta fase é porque existe um trabalho posterior feito por nós. Tendo ele sido feito sozinho ou com o acompanhamento de um psicólogo ou mesmo de um amigo seja quem for, como for... Tudo é válido desde que estejamos a honrar e a respeitar a nossa autêntica singularidade...
Talvez tenha chegado a hora de fazer algumas alterações ou até mesmo de mudar radicalmente o nosso posicionamento. Bom, não existem fórmulas. Só respostas internas que nos guiam se estivermos abertos e disponíveis para as escutarmos. Pessoalmente, tenho-me vindo a aperceber que para mim funciona fazer alterações de modo gradual e faseado na minha vida. E é aqui, nesta fase, que considero importante, e de acordo como o que conheço de mim, implementar rotinas e hábitos de vida mais saudáveis e ativos, como adotar uma alimentação mais equilibrada e fazer exercício físico. Certamente, outras pessoas precisarão de outras formas de expressão de auto-cuidado, como por exemplo: fazer uma rotina de pele noturna que lhes proporcie um grande relaxamento e e uma boa noite de sono; desenvolver trabalho voluntário para ajudar a comunidade e tirar o foco de pensamentos obsessivos e ruins; repetir mantras e dizer frases positivas sobre si mesmo pela manhã ao espelho; dançar todos os dias durante 10 minutos quando chega a casa após o trabalho; usar batom vermelho todos os dias, pintar as unhas com a cor tendência da estação... a lista é infindável e não há prescrições, nem fórmulas certas! Há tanta inspiração à nossa volta... é questão de experimentar e ir descobrindo o que funciona para nós de acordo com cada momento específico da nossa vida.
SÓ VEJO PEIXINHOS E CORAIS | O desenvolvimento da auto-confiança é para a vida? |
O processo de desenvolvimento da auto-confiança é intenso. Feito de altos e baixos. De muita persistência e resiliência. De muitos fins e recomeços. É acima de tudo mudar a nossa história interna. Pararmos de dizer e repetir crenças e padrões, dos quais, muitas vezes, nem nos apercebermos sozinhos. Temas que não queremos mexer. Não queremos falar. Não queremos mudar. É sempre uma escolha. Uma decisão diária. Respeitando o que sentimos, quando sentimos, como sentimos, mesmo que o resto do mundo não nos entenda, não partilhe da nossa visão. É a nossa vida. Está no nosso comando. É um processo que nasce de dentro para fora, no momento em que decidimos avançar. Em equilíbrio e paz. Não uma busca desenfreada e sofrega. Em paz. Respeitando-nos, sempre!