Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Mudar.De.Pele

Astrologia, Desenvolvimento Pessoal e Humano em doses homeopáticas.

30 de Agosto, 2022

Branco no Preto, mas não a preto e branco

Miriam Pacheco

animal-102483_960_720.jpg

 

 

Paisagem. Passagem. Passou o passageiro.

 

A bagagem aumentou e agora é preciso escolher, novamente,  o que guardamos na mochila e o que já não cabe. É um trabalho constante, mas tem de ser feito ou tornamo-nos acumuladores. Acumuladores de objetos, de experiências, de pessoas.  Onde há de tudo para quando possa vir a dar jeito, mas, na verdade, nem sabemos bem quando precisaremos ou se algum dia precisaremos daquele nada.  Mas, faz volume e ocupa espaço e isso pode ser bem, mais aparentemente, aconchegante do que uma mala vazia. O vazio implica sempre mais trabalho. O vazio é mais trabalhoso. 

 

O vazio faz-nos especular cenários ou incita em nós o desejo por uma nova e mais excitante aventura. Tal como numa relação amorosa... Numa relação em que uma das partes não opte por mostrar todo o seu jogo, não significa que esteja a esconder nada. Nem tudo está relacionado com significados, mas sim com intenções, e jogar o jogo de adivinhar os significados dos outros é contraproducente e, na grande maioria das vezes, não nos leva a nenhum novo destino para além da masturbação mental. 

 

É assim passageira a passagem. Conhecemos novos lugares, novas rotinas, novas pessoas, descobrimo-nos mais um pouco, mas o propósito, o nosso, foi alcançado. É um meio, não um destino. E não há lei, nem regra nenhuma que o impeça que assim seja. Não é por isso que mereceu de nós menos entrega ou dedicação. Significa apenas que já nos conhecemos e somos adultos o suficiente para perceber que não é ali que pertencemos e não é ali que queremos pertencer e isso não é o fim do mundo! Que crime gritante para as mentalidades portuguesinhas, cusquinhas e que só se aproximam para ou tirar vantagem, ou saber mais em detalhe e opinarem sobre assunto alheio, ou para desdenharem de quem escolhe fazer o que quer, quando quer apenas e só porque se permite a isso! Sayonaraaaaaaaaa bitches!!!

 

 

 

 

 

 

 

13 de Agosto, 2022

A Mente Ruminante e Rancorosa

Miriam Pacheco

 

elephants-1900332_960_720.jpg

 

 

Mesmo quando não temos controlo no que se passa à nossa volta, connosco, nas circuntâncias (passadas e presentes) da nossa vida, temos sempre o poder de selecionar o nosso sistema de pensamentos, de escolhermos as palavras, a qualidade dos nosso diálogo interno.  Nem sempre somos seletivos. Muitas vezes nem temos consciência do impacto e dos efeitos que estes pensamentos têm no nosso corpo e na nossa vida. 

 

Dores de cabeça, dores nas costas, dores no pescoço, dores de estomâgo, depressão, falta de energia, ansiedade, irritabilidade, insónia e agitação, infelicidade, medo inespecífico  podem ser resultado do efeito tóxico que uma mente ruminante e rancorosa poderão ter no nosso corpo físico. No entanto, estes sintomas podem ser indicadores de outras questões de saúde por isso sugiro que consulte sempre o seu médico antes de se começar a auto-diagnosticar!!!

 

A mente ruminante tem armazenada uma grande quantidade de histórias, de opiniões, que em grande parte assentam no medo, na tristeza, na dor, no sofrimento, no desespero, no cansaço, na dúvida e na solidão. Desaparecemos no meio de todas estas considerações. E tão válidas e lógicas para esta mente! Aqui os erros, nossos e dos outros, nunca devem ser perdoados e relativizados... Tal pessoa por nos ter magoado merece a nossa raiva.  A mente rancorosa mente. Temos de nos defender constantemente, Nunca se sabe...

É... Nunca se sabe e nunca se saberá... É mesmo assim a natureza da vida!  

 

Podemos usar do nosso livre-arbítrio e à distància de uma batida cardíaca escolhermos  libertarmo-nos do peso e desconforto destes nossos pensamentos. Escolhermos o perdão, nosso e de quem nos fez (ou que achamos que nos fez) algo! Deixar ir. Experimentar a paz e o amor interiores.  Isso não significa que tenhamos de voltar a falar com tal pessoa, que tenhamos de conviver com situações com as quais não concordamos...falo simplesmente de... deixar fluir... como a água que corre num rio...

 

 

 

 

02 de Agosto, 2022

A Dó(r) Maior (é aquela que ainda não nos tocou)

Miriam Pacheco

elephant-1822636_960_720.webp

 

 

Há uns tempos ouvi alguém comentar que a maior dor que uma pessoa pode sentir na vida é a morte de um filho. Fiquei momentaneamente aborrecida com o comentário, senti a minha dor, a minha perda minimizada. Depois de tentar argumentar, decidi calar-me. Dor é dor. Cada um sente o que sente, como sente. Na dor não há maior ou menor. Dor é dor.  O tema ficou-me a matutar durante uns dias, chegou mesmo às semanas. De volta em vez, o tema ressurgia e eu mantinha-me calada. Sentia-me desrepeitada, não ouvida, mas também... quem precisa de ser escutado por quem não quer nem sequer ouvir?!

 

Sentir dor faz parte. Ainda que isso nos desagrade. Ainda que ninguém queira sentir dor. Ainda que passemos grande parte da nossa vida a evitá-la. Com o distanciamento deste episódio da minha vida apercebi-me que aquelas palavras em nada se relacionavam direta ou pessoalmente comigo. Provavelmente, muito provavelmente, aquela pessoa não tem uma relação de amor profundo e humanamente incondicional com a sua mãe e talvez, quiçá!, está a reconstruir a sua narrativa de vida nesta sua nova família com os seus filhos e o seu marido. Não sei. E nem me diz respeito, muito honestamente, mas não digo com desprezo... às vezes podemos mandar algo ou alguém à merda com amor...

 

Sei que dor é dor. É intímo. Não deve ser exposto, só em situações especificamente necessárias. É o que penso e sinto. Não que tenha medo de exposição, mas por todo o buzz que se gera em volta e que passa a estar colado àquela situação em específico. Não é necessário. Dor já é dor.  E cada um tem o seu tempo, o seu ritmo, os seus próprios ciclos... A dor será aprendizado e experiência, se assim o escolhermos.