Branco no Preto, mas não a preto e branco
Paisagem. Passagem. Passou o passageiro.
A bagagem aumentou e agora é preciso escolher, novamente, o que guardamos na mochila e o que já não cabe. É um trabalho constante, mas tem de ser feito ou tornamo-nos acumuladores. Acumuladores de objetos, de experiências, de pessoas. Onde há de tudo para quando possa vir a dar jeito, mas, na verdade, nem sabemos bem quando precisaremos ou se algum dia precisaremos daquele nada. Mas, faz volume e ocupa espaço e isso pode ser bem, mais aparentemente, aconchegante do que uma mala vazia. O vazio implica sempre mais trabalho. O vazio é mais trabalhoso.
O vazio faz-nos especular cenários ou incita em nós o desejo por uma nova e mais excitante aventura. Tal como numa relação amorosa... Numa relação em que uma das partes não opte por mostrar todo o seu jogo, não significa que esteja a esconder nada. Nem tudo está relacionado com significados, mas sim com intenções, e jogar o jogo de adivinhar os significados dos outros é contraproducente e, na grande maioria das vezes, não nos leva a nenhum novo destino para além da masturbação mental.
É assim passageira a passagem. Conhecemos novos lugares, novas rotinas, novas pessoas, descobrimo-nos mais um pouco, mas o propósito, o nosso, foi alcançado. É um meio, não um destino. E não há lei, nem regra nenhuma que o impeça que assim seja. Não é por isso que mereceu de nós menos entrega ou dedicação. Significa apenas que já nos conhecemos e somos adultos o suficiente para perceber que não é ali que pertencemos e não é ali que queremos pertencer e isso não é o fim do mundo! Que crime gritante para as mentalidades portuguesinhas, cusquinhas e que só se aproximam para ou tirar vantagem, ou saber mais em detalhe e opinarem sobre assunto alheio, ou para desdenharem de quem escolhe fazer o que quer, quando quer apenas e só porque se permite a isso! Sayonaraaaaaaaaa bitches!!!