Mudar.De.Pele

As palavras são importantes, mas as ações também o são. Há que saber usá-las adequadamente, de acordo com a necessidade e em equilibrio. Há muito mais para além das palavras. Há muito mais para além das ações. No entanto, elas são excelentes ferramentas no momento de expressão e transmissão de elementos.

São veículos. 

Tal como nós, humanos. Nós também somos veículos. Veículos de cultura, de crenças, de herança genética, de valores. Cada um de nós. E para além de sermos veículos, somos também filtros. Filtros de visões, de vivências, de experiências. Os nossos filtros existem e interagem contínua e diretamente com os nossos veículos internos, quer tenhamos ou não consciência disso. E como é difícil, por vezes, observar isso em nós mesmos...

Os outros dão-nos essa oportunidade, por meio de diferentes facilidades ou dificuldades. E os outros são tantas vezes uma seca, mas não serão eles apenas o reflexo de nós mesmos?!

Há uma parte tua que se liga ali. Algo que levemente ressoa. Uma molécula de perfume que se gruda no teu olfacto e o perfume não é teu. E sem te aperceberes ficas ali presa.

A marinar.

O perfume não é de todo desagradável. Meio adociacado, meio preocupado, meio reconfortante, meio boas intenções, mas não é teu! E não sendo teu não tens de o guardar. Sim, devido às circuntâncias tens de conviver com ele, mas não é teu. 

A marinar.

E eis que te relembras que esta não é a primeira, mas possivelmente a penúltima ou antepenúltima vez em que terás de o cheirar. Há um ingrediente do seu aroma que se cola a ti, porque também ali tu ressoas de algum modo. E lembras-te que te tinhas esquecido do que devias fazer. Mas atenção: já deste por ele! Já despertaste. Já tens consciência. Já sabes que não precisas de ficar ali naquele marasmo. Naquela melodia de encanta serpentes. 

Abre as janelas. 

Deixa o espaço arejar. 

Quem está, está. Quem vai, vai. E enquanto for necessário aqui estarás. o depois logo se verá. 

Afinal o que queres?

O que queres? Como queres? Quando queres? Com quem queres?

Diz-me. Diz-te.

Este mundo não te chega? Este mundo não te é suficiente com toda e em toda a sua diversidade?

Porque estás sempre assim? Porque te sentes sempre assim? 

Como podes mudar? Como podes ser feliz? 

Ainda não é por aqui o teu caminho? Ainda não é esta a experiência que queres para ti?

Então diz-me. Diz-te. Escuta. Escuta-te.

O que queres ser? Como queres viver? Com quem queres partilhar a tua vida?

Ainda não sabes? Sabes o que não queres?

Então caminha. Vai. Muda. Pensa. Sente. Há tantos caminhos, tantas possibilidades. Não conseguirás viver todas. Só tens uma única vida. Escolhe e vai ajustando. 

Escuta-te.