A Salta Pocinhas aguça a necessidade
É necessário!
Para quê? Para quem? Pergunto-me. Quantas necessidades individuais e egóicas são camufladas por um grande chavão, tantas e tantas vezes denominado, bem maior. Às vezes é por uma simples infantilidade. Um trejeito que na infância não foi validado. Nunca me deixaram ganhar. Nunca me senti brilhar. Nunca fui a mais especial, a mais bonita, a mais engraçada, a mais amada. Pelo menos através dos meus olhos que olham os olhos dos adultos. Mas também, já o disse tantas vezes: tenho miopia.
É uma maldade pueril. Levemente irritante, naqueles dias em que o teu quotidiano se transforma, humanamente, num resumo de experiências racionais e atividades fabris. O que importa é ter saúde! Com a improvisação vamos lidando, empurrando com a barriga. O pior é quando a mostarda te chega ao nariz. Porque para além de já não teres barriga de tanto exercitar, a mostarda já passou de validade e foi guardada aberta no frigorífico há mais de cinco dias.
É necessário!
Volta a repetir. Porquê não sei, mas também isso parece pouco importar neste faroeste, onde em vez de rolos de palha a rolar existem fatias de torta de chocolate e de morango que rodopiam e os chapéus de cowboy são subsittuidos por antenas dos teletubbies. É de outro mundo. Outra realidade paralela, dimensão desconhecida para os terráqueos e as leis da Terra. Nem quando estou em ácidos lá chego. Lamento.
Perdoa-me.
Amo-te.
Sou grata.
É necessário!
Ou não estivessemos nós num mercúrio retrógrado contínuo.