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Mudar.De.Pele

Astrologia, Desenvolvimento Pessoal e Humano em doses homeopáticas.

16 de Agosto, 2024

A Marlene

Miriam Pacheco

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Conheci a Marlene. Cara fechada, de poucos amigos, sempre com o peso de uma história pesada às costas e os dois filhos menores pela mão, um de cada lado. Aos pouco fui conhecendo a Marlene, aliás foi ela que me permitiu  ir entrando no seu mundo. Afinal a Marlene era uma sonhadora de sorriso fácil, cheia de ideias, cheia de vontade de expressar-se no mundo .  

 

Volta, não volt,a arreliava-se comigo, por coisas pequenas. Era a menina dentro dela que se mostrava e precisava ser pegada ao colo. Dei-lhe muitas vezes colo. Ela achava o meu comportamento estranho. Não entendia porque eu era amorosa com ela sem querer nada em troca. Mal ela sabia que me dava tanto em troca. Também eu queria ser ouvida, também eu queria ser vista, também eu queria pertencer. 

 

Um dia, os nossos caminhos separaram -se, mas nunca deixámo-nos de trocar mensagens. Numa destas últimas vezes, a Marlene relembrou-me da importância da criatividade para que possamos viver com mais leveza. Falou-me em acreditar em tudo o que sonhamos. E eu sorri, agradecendo-lhe a mensagem que eu  tanto precisava de ouvir naquele momento. 

 

E assim, mais uma vez, a Marlene pegou-me ao colo sem  fazer a miníma ideia disso...

 

 

10 de Agosto, 2024

O que seria da Luz sem a Escuridão?

Miriam Pacheco

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Luz e Escuridão.

 

A Escuridão é profunda e medonha, chega mesmo a aterrorizar, é o vazio do desconhecido preenchido com os nossos próprios demónios e fantasmas. Fria, inerte, expositiva, solitária. Aqui o tempo parece não passar, o cenário parece não alterar-se . O que acontece é interno, aí sim há o movimento ciclíco da evolução. A ação posiciona-se à distância de uma intenção para que possa começar a existir.

 

É intensa a Escuridão. Não implica esforço, simplesmente podemos deixar que aconteça. Talvez por isso possa ser, por vezes, viciante. Viciada é certamente. Repetir o mesmo, vezes e vezes e vezes sem dar conta.

 

Sem aparente consciência.

Sem aparente direcionamento.

Sem aparente propósito.

Mas carregada de intenção.

 

Qual é a intenção da Escuridão? Cada um terá a sua resposta, se assim a quiser obter. 

 

 

 

Já a Luz... a Luz é o calor, a sabedoria, a pertença. O tão esperado regresso a casa. É através da Luz que tudo entendemos, que tudo faz sentido: vida, morte, proximidade, afastamento, pertença, solidão. A Luz é o Amor, na sua mais plena expressão. É a consciência ativa. A alegria do Ser. O milagre da existência - e que milagre é poder existir! 

 

A Luz pode também ser saudades. A distância da comunhão perante a experiência humana. 

Achamos mais fácil viver através da Luz, mas a Luz é trabalhosa. Implica decisão e intenção constantes, presença consciente e aceitação incondicional. Os frutos da Luz parecem-nos mais sabororos e sumarentos. O caminho até chegarmos a esse manjar tem de ser construido, não o basta percorrer e é aí que temos de mergulhar mais profundamente e descer do alto até ao mais fundo...

 

 

Faces da fase: Luz e Escuridão. O que seria da Luz sem a Escuridão? O que seria da Escuridão sem a Luz?

 

 

08 de Agosto, 2024

Estar doente é um treino de paciência

Miriam Pacheco

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Quando estamos doentes, temos de estar doentes. De nada vale querer acelerar o processo. Com isto não digo que não tenhamos de ter responsabilidade para com a nossa cura. Não! Nada disso. Mas acho que temos de viver o que temos de viver sem o negar, fazendo o que está ao nosso alcance para melhorarmos. Daí que nessas fases passamos a ser chamados de pacientes...

 

E se não o somos, a bem ou a mal, teremos de o ser e teremos de aprender a lidar com a construção da paciência. Aceitar o momento não significa ser passivo, significa que recebemos o que nos é oferecido com paz, apesar da dor, dos medos e dos receios. Porém, é mais fácil dizê-lo do que praticá-lo. Ainda assim, podemos, nestes momentos difíceis, colocar essa intenção no processo, mesmo que não o consigamos aplicar em parte ou na sua totalidade. Isto significa que mesmo de algum modo existe essa consciência e essa vontade em nós!

 

O processo de doença é também uma fase em que somos forçados a estar mais perto de nós mesmos, mais perto do que pensamos, do que sentimos, do nosso direcionamento. Temos mais tempo e disponibilidade para nos escutarmos, para nos repensarmos, para nos reconstruirmos. É quase como um mercúrio retrógrado individual, do qual não conseguimos escapar. 

 

Estar doente é escutar a doença e contemplar a nossa limitação enquanto humanos. Relembrar e comprovar a nossa finitude. Agradecer pelo que foi até ali e por aquilo que está por vir, celebrando a fragilidade de cada momento, a presente certeza de que tudo muda e mudará em consonância com o que é e não com o que gostariamos que fosse. Celebrando a dor para que a cura possa nascer.