Como ser rebelde em 2024 ???
Sou fã de atos de rebeldia!
Não atos de estupidez, que a estupidez nada tem a ver com a rebeldia. Mas falo de uma rebeldia que na minha ótima é sã, nada de extremismos religiosos ou coisas que tais. Aquela rebeldia que leva os outros a pensar para além do que pensa, a ver por outro ângulo, a despentear os valores que julga tão sólidos, estruturados e estruturantes em si.
Olho à minha volta e vejo alguns rebeldes, mas ainda sinto que são poucos. Dá muito trabalho ser rebelde nos dias que correm. E ao pensar em tudo isto, lembro-me de algo que não me sai da cabeça: os fãs da Taylor Swift provocaram ondas sísmicas aquando dos seus concertos em Lisboa. Vejam só a força que temos quando nos unimos!!!
Secalhar não nos queremos unir e daí não nos unimos, deve ser isso... Há transportes para apanhar, contas para pagar, telemóveis para comprar, miúdos que precisam de ser levados à natação e no meio de tudo isto ainda temos de fazer tofu à bolonhesa com esparguete integral.
No meio do New Age fala-se muito que ainda não houve um despertar da humanidade, mas se virmos bem todos nós andamos a dormir nalguma área da nossa vida, nunca conseguimos ser, estar e dar 100% de si em todos os sectores e a todo o momento. Há que priorizar e ir gerindo, tal como quando tínhamos o tamagochi. Cada um tem diferentes tamagochis na sua vida!
Então como ser rebelde estando sozinho e fisicamente não pertencendo a nenhum grupo de ativistas e a nenhum tipo de voluntariado em África?
E é agora que nos surge aquela velha e rodada frase, partilhada por esses facebooks afora: "sê a mudança que queres ver no mundo!". De tanto a ouvirmos, certamente muitos de nós retorcemos os olhos e pensamos: "sim, está bem!".
Mas talvez o maior ato de rebeldia esteja mesmo em nós. Talvez o maior ato de rebeldia seja não nos deixarmos influenciar negativamente pelas situações/ pessoas/ acontecimentos (externos!!!). Talvez o maior ato de rebeldia seja não nos permitirmos desmorecer ou ficar demasiadamente tristes porque as coisas não correm como esperamos, porque estamos numa má fase (mesmo que essa má fase dure há décadas!). Será que o valor da vida não é tão maior do que tudo isto que nos incomoda e impede de avançar? Será que a nossa vida merece ser, de certo modo, sacrificada e desvalorizada por algo que em breve (seja lá isso quando for!) irá com toda a certeza absoluta mudar ( e sim, tenho a certeza absoluta porque não existe nada de estático no universo)?!
Eu tenho para mim que não, mas eu considero-me uma eterna rebelde!